sexta-feira, março 26

A Lei da Polaridade (2)

Nós, Humanos, estamos doentes

        Podemos nos conscientizar de que o ser humano está doente, e não que ele fica doente. O homem está doente porque lhe falta a Unidade. O homem sadio, ao qual não falta nada, só existe nos livros de medicina.
        Devemos nos livrar, então, de toda a ilusão de que se pode evitar ou talvez, quem sabe, eliminar a doença. Como seres humanos, estamos predispostos aos conflitos e, por isso mesmo, também ficamos doentes.
        O homem vive de seu ego, que sempre está faminto de poder. Logo - “mas o que eu quero é...” expressa essa ânsia pelo poder. O eu cada vez infla mais e sabe muito bem como nos pressionar a servi-lo, apresentando-se sempre com novos e mais nobres disfarces. Assim acontece que, quanto mais capazes e competentes formos, mais nos tornaremos vulneráveis às doenças. A doença faz parte da saúde assim como a morte faz parte da vida.
        A cura está sempre associada a uma ampliação de consciência e a um amadurecimento pessoal. Se o sintoma apareceu no corpo, é porque parte da sombra aí se precipitou; a cura é a inversão deste processo, na medida em que torna consciente o princípio por trás do sintoma, e assim ele simplesmente desaparece do corpo físico.


CAUSAS E QUESTIONAMENTOS

        Tornou-se natural interpretar todos os fenômenos em termos de causalidade e correlacionar uma longa série de eventos cuja ligação como causa e efeito é óbvia. O conceito de causalidade parece tão claro e compulsório que a maioria das pessoas o considera um pressuposto básico para a capacidade de compreensão humana.
        No entanto, a causalidade não é uma noção tão compulsória e descomplicada quanto parece à primeira vista.
        Desde Aristóteles, a idéia de causalidade foi dividida em quatro categorias distintas. São identificadas como causa efficiens, a causa do impulso de agir; causa materialis, a causa material; como causa formalis, a força de moldar, de dar forma e, finalmente, como causa finalis, a causa final, a causa do motivo que vem com o estabelecimento de metas.
        Entretanto, devido à necessidade interior de estabelecer algum tipo de causa essencial, tendemos a simplificar essa imagem quádrupla da causalidade. O ponto de vista científico da causalidade remonta suas causas ao passado, ao passo que o modelo de causalidade orientado para o objetivo põe suas causas no futuro. Costumamos dizer “estou saindo agora porque o meu trem parte daqui a uma hora”. Tudo depende da direção em que se voltar o olhar, e não do que está certo ou errado. Os pontos de vista são válidos e não se excluem mutuamente. No entanto, uma abordagem isolada sempre terá de ser incompleta, pois a disponibilidade tanto de causas materiais como de causas energéticas ainda não dá causa a nada enquanto faltar o elemento intencional. Da mesma forma, apenas uma intenção ou um objetivo isolados não bastam para fazer qualquer coisa manifestar-se.
Rejane W. Barbisan
Terapeuta Holística

quarta-feira, março 24

A Lei da Polaridade

Esta é a Lei que nos faz chegar à conclusão de que o bem e o mal são dois aspectos de uma e mesma unidade e que, portanto, dependem um do outro para poderem existir. No que se refere aos conceitos de bem e mal, nossa cultura está amplamente impregnada pelos ensinamentos da teologia cristã. Já as histórias e imagens mitológicas são especialmente apropriadas para tornar os difíceis problemas metafísicos mais acessíveis à compreensão humana.







“Quem faz o bem talvez não o faça visando a fama; no entanto, esta o acompanhará. A fama nada tem a ver com o lucro; mas o lucro seguirá seus passos. O lucro nada tem a ver com o conflito, mas este surgirá seja como for. Portanto, que o Grande Honorável os proteja de fazer o bem.”


(Livro Verdadeiro da Fonte Original – Doutrina Zen)






O desespero que divide as polaridades em opostos é o mal; no entanto, ele é o próprio caminho que temos que trilhar para obter a percepção intuitiva, usando os dois pólos como fonte de energia e poder no caminho rumo à unidade.


É importante que o homem aprenda a aceitar a sua culpa, sem se deixar oprimir por ela. A culpa humana tem natureza metafísica e não é provocada diretamente pelas ações dos homens. Sua necessidade de escolher e agir é a expressão visível dessa culpa. A aceitação da culpa elimina o medo de tornar-se culpado. O medo representa limitação e é exatamente isso que impede a necessária abertura e expansão da pessoa. Não escapamos ao pecado na medida em que nos esforçamos para fazer o bem, pois isto sempre implica reprimir o pólo oposto, que também é importante. A tentativa de fugir do pecado fazendo o bem apenas nos leva a ser desonestos.


O caminho para a unidade, ao contrário, exige mais do que simplesmente fugir ao olhar para o lado. Exige que nos tornemos mais conscientes da polaridade que existe em todas as coisas, sem ter medo de passar pelos conflitos inerentes à natureza humana. Só assim poderemos desenvolver a habilidade de unificar os opostos em nós mesmos. O desafio na é redimir-nos evitando os conflitos, mas permitindo-nos as vivências. Portanto, é necessário estar sempre questionando nossos sistemas de valores fossilizados, e reconhecer que o segredo do mal está, em última análise, no fato de que ele na verdade nem sequer existe.


Olhar para as coisas é a grande fórmula mágica do caminho para o autoconhecimento. O mero fato de observar modifica a qualidade daquilo que está sendo observado, pois este ato traz luz, ou seja, consciência à escuridão. Os homens vivem desejando mudar tudo e não compreendem que a única coisa que se exige deles é a capacidade de observação. O mais elevado objetivo dos homens está na capacidade de observar tudo e de poder conhecer que é bom do jeito que está. Esse é o verdadeiro autoconhecimento. Enquanto algo perturbar o homem e ele considerar que isso tem que ser alterado, não atingiu o autoconhecimento.


A ferramenta essencial para unir os opostos chama-se amor. O princípio do amor implica receptividade e abertura para deixar entrar tudo aquilo que até então era exterior. O amor busca a unificação; o amor quer fundir-se e não isolar-se. O amor é a chave para a união dos opostos, visto que ele transforma o tu em eu e o eu em tu. O amor é uma aceitação que não tem limites nem imposições; é incondicional. O amor quer tornar-se uno com o universo inteiro e, enquanto não conseguimos isso, não teremos concretizado o amor.
Rejane Woltz Barbisan