Nós, Humanos, estamos doentes
Podemos nos conscientizar de que o ser humano está doente, e não que ele fica doente. O homem está doente porque lhe falta a Unidade. O homem sadio, ao qual não falta nada, só existe nos livros de medicina.
Devemos nos livrar, então, de toda a ilusão de que se pode evitar ou talvez, quem sabe, eliminar a doença. Como seres humanos, estamos predispostos aos conflitos e, por isso mesmo, também ficamos doentes.
O homem vive de seu ego, que sempre está faminto de poder. Logo - “mas o que eu quero é...” expressa essa ânsia pelo poder. O eu cada vez infla mais e sabe muito bem como nos pressionar a servi-lo, apresentando-se sempre com novos e mais nobres disfarces. Assim acontece que, quanto mais capazes e competentes formos, mais nos tornaremos vulneráveis às doenças. A doença faz parte da saúde assim como a morte faz parte da vida.
A cura está sempre associada a uma ampliação de consciência e a um amadurecimento pessoal. Se o sintoma apareceu no corpo, é porque parte da sombra aí se precipitou; a cura é a inversão deste processo, na medida em que torna consciente o princípio por trás do sintoma, e assim ele simplesmente desaparece do corpo físico.
CAUSAS E QUESTIONAMENTOS
Tornou-se natural interpretar todos os fenômenos em termos de causalidade e correlacionar uma longa série de eventos cuja ligação como causa e efeito é óbvia. O conceito de causalidade parece tão claro e compulsório que a maioria das pessoas o considera um pressuposto básico para a capacidade de compreensão humana.
No entanto, a causalidade não é uma noção tão compulsória e descomplicada quanto parece à primeira vista.
Desde Aristóteles, a idéia de causalidade foi dividida em quatro categorias distintas. São identificadas como causa efficiens, a causa do impulso de agir; causa materialis, a causa material; como causa formalis, a força de moldar, de dar forma e, finalmente, como causa finalis, a causa final, a causa do motivo que vem com o estabelecimento de metas.
Entretanto, devido à necessidade interior de estabelecer algum tipo de causa essencial, tendemos a simplificar essa imagem quádrupla da causalidade. O ponto de vista científico da causalidade remonta suas causas ao passado, ao passo que o modelo de causalidade orientado para o objetivo põe suas causas no futuro. Costumamos dizer “estou saindo agora porque o meu trem parte daqui a uma hora”. Tudo depende da direção em que se voltar o olhar, e não do que está certo ou errado. Os pontos de vista são válidos e não se excluem mutuamente. No entanto, uma abordagem isolada sempre terá de ser incompleta, pois a disponibilidade tanto de causas materiais como de causas energéticas ainda não dá causa a nada enquanto faltar o elemento intencional. Da mesma forma, apenas uma intenção ou um objetivo isolados não bastam para fazer qualquer coisa manifestar-se.
Rejane W. Barbisan
Terapeuta Holística
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