Vênus, a deusa do amor, dança sobre as águas da mente coletiva ou da alma do mundo. Ela emerge daquele oceano ainda envolvida em uma luz dourada como mediadora ou guia para as camadas mais profundas do inconsciente.
Vênus rege Touro e Libra e é sensualidade pura, representando o aspecto da deusa cuja única finalidade é usufruir da abundante mundaneidade do mundo físico representada pela natureza e o corpo. Mas é também uma deusa doce e amável atraída por relacionamentos com homens rudes – guerreiros e caçadores como Ares, o deus da guerra e Adônis, caçador de feras selvagenns. Encontram-se com freqüência polaridades desse tipo em Libra, onde estes opostos se harmonizam. Mas ela também incorpora dois outros princípios no horóscopo – o automerecimento em Touro (apenas “eu” possuo) e o valor que os outros dão a esse merecimento em Libra (o que você pensa de mim?).
Vênus é bela e amável, sem dúvida a mais bela das deusas, mas isso na é o bastante. Ela precisa que os outros reconheçam isso constantemente. Quando outras mulheres bonitas estavam por perto, sentia-se ameaçada por sua aparência e presença e, nesses momentos, revelava o lado ciumento, raivoso. Psique foi condenada à morte por Vênus, cuja dignidade pessoal foi insultada quando os mortais começaram a falar de uma mulher cuja beleza rivalizava com a da própria deusa do amor.
Com freqüência, Vênus pode representar a imagem que uma mulher faz de si mesma, enquanto para um homem é algo projetado na mulher que ele encontra. Isto reflete como a maioria dos indivíduos funciona antes de ter atingido o nível de maturidade e autoconsciência que a torna mais equilibrada.
É possível encontrar uma pessoa com Vênus em Leão ou na Primeira Casa olhando-se no espelho e perguntando:”Ainda sou bela?” – e fazendo todos os esforços para assegurar que o espelho responda afirmativamente. Vênus em Virgem ou em conjunção com Saturno são as mulheres que vemos se olhando no espelho e repetindo para si mesmas como são gordas e feias. Quando Vênus no mapa tem fortes contatos natais com Plutão, Saturno ou Netuno, a beleza e o amor estão lá, mas enterrados sob camadas e mais camadas de vergonha, culpa, insegurança, dúvida e temor.
Existe um mito quanto ao ciclo do planeta Vênus. Quando esse planeta está marchando diante do Sol (quando está em um grau anterior da longitude zodiacal), ele aparece no céu como Estrela da Manhã. Conforme se aproxima da conjunção superior com o Sol, fica invisível por algum tempo – a deusa desce ao mundo subterrâneo. Finalmente, o planeta reaparece como a Estrela da Noite, a rainha do céu, ocupando um grau posterior ao do Sol na longitude zodiacal. Este mito aponta para um processo psicológico de relacionamento. A deusa do amor, quando ainda indomada, é primal, sexual e instintiva. Está mais preocupada com o amor do que com o relacionamento. Segundo Dane Rudhyar os indivíduos nascidos com Vênus como Estrela da Manhã tendem a ser mais impulsivos em seus relacionamentos, apaixonam-se rapidamente e sem refletir. Mas, após a deusa ter passado o tempo necessário no mundo subterrâneo, torna-se a Rainha do Céu, e não mais apenas deusa do amor. Há mais maturidade em seu dom de amor, maior preocupação com relacionamento em oposição ao puro romance.