quinta-feira, julho 1

AQUELES QUE EU AMAVA

George L. Hendelflor02

Aqueles que eu amava com um louco amor

me aplicaram os mais duros golpes.

Eles abriram em mim feridas

jamais curadas.

Eu as dissimulei

no meu mais profundo sofrimento,

como o único tesouro

que eu tinha o direito de esperar.

Foi portanto o mais precioso bem

que em humildade nesta Terra

recebi, acolhendo com um sorriso

quando meu coração estava martirizado.

Por seu próprio tormento

a dor se consome

e consome o mal

qua há tempo nos oprime.

E consome os males

que um olhar vazio nos causavam,

que pesados nossos pés tornavam

e ao pó nos reduziam.

Como acima do horizonte

vagueando um pássaro que se delicia

no vento com uma nuvem,

voa sereno o meu pensamento.

Portador da lembrança

e de uma infindável felicidade,

doravante irradiando

um amor sem sofrimento.

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