Estamos sempre procurando os “porquês”, “onde”, “como” e “para que” da existência. Nossa inteligência não se contenta com respostas superficiais, porque sabemos que existe muito mais em um grão de areia do que aquilo que podemos ver e nas coisas mais simples estão as grandes verdades que, de alguma forma, nos ligam com o Divino.
Por exemplo, a cobra que se arrasta pelo chão de forma ondulada é uma fonte de fascinação. E o que é que nos fascina? O corpo sinuoso como uma corda, o olhar fixo ou seriam as cores brilhantes? Ou seria porque, quando não estamos olhando ela poderia se transformar em um dragão de proporções enormes com seu hálito de fogo chamuscando todas as coisas vivas que encontra?
Mas ela tem outros disfarces. Pode compelir a agir, possivelmente contra a nossa vontade, de maneiras muito sutis. Ela pode nos seduzir, porque no folclore ela é um animal de muita inteligência, o que é evidente em seu olhar penetrante. Aliás, a história mais famosa envolvendo a cobra é a da Bíblia, quando fomos expulsos do Paraíso com o despertar, após comer a maçã, e percebemos nossa separação de toda a criação divina. Não conseguimos permanecer em unidade com todos os outros seres
E qual foi o instrumento dessa mudança de mentalidade? A serpente – que foi descrita como “sutil”. E por que a cobra foi escolhida para este papel infeliz?
A cobra é um arquétipo (imagem) que ocorre em praticamente em todas as culturas do mundo. Elas fascinam e ao mesmo tempo sentimos aversão. Ela é vista como rival e tentadora da humanidade, principalmente quando transformada em dragão, que com sua sabedoria torna sua força e fúria tornando-a muito perigosa.
É fácil compreender porque a serpente passou a representar as forças indomáveis da natureza que se manifestam, em menor grau, em todas as criaturas vivas. Essa energia pode ser notada em dois símbolos bem conhecidos do mundo Ocidental para denotar cura: o bastão de Esculápio – um bastão de madeira com uma serpente enrolada nele (na Grécia, Esculápio era considerado um deus da medicina) e o caduceu, associado a Mercúrio, que é um bastão com duas serpentes entrelaçadas.
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